AUMENTANDO A INIQUIDADE, O AMOR DE MUITOS SE ESFRIARÁ
As palavras de Jesus, encontradas em Mt 24,11, ressoam até hoje.
Ontem, dia 21/08/19, no RJ, um ônibus foi sequestrado por um jovem de 20 anos. Após algumas horas e negociações por parte da polícia, um sniper foi autorizado a atirar nele. O jovem morreu.
É triste ver como um jovem de 20 anos se entrega ao crime, desperdiçando sua vida e talentos, e morre.
Mais triste ainda é o que aconteceu logo em seguida à morte deste jovem. Pessoas, vendo que o sniper conseguiu acertar o tiro, imediatamente comemoraram tal qual um gol. Para piorar, tempos depois, o governador da cidade desceu de helicóptero no lugar onde aconteceu tudo e comemorou o abatimento do jovem. Para piorar ainda mais, porém, e como cúmulo, cristãos comemoraram a morte do rapaz.
Tudo isto me leva a uma pergunta, principalmente para nós que nos dizemos cristãos: o amor se esfriou?
Estamos vivendo tempos extremistas. Extremos políticos, extremos religiosos, extremos sociais etc. A razão desses extremismos se encontra na própria palavra de Jesus: “por aumentar a iniquidade”.
Ora, o que é a iniquidade, senão a violência, corrupção, imoralidade, ira, ódio, abusos e dominações, mentiras, egoísmo, brigas, inveja, homicídios, adultério, desprezo, falta de controle próprio, falta de amor, falta de perdão etc.?
Por aumentar tudo isto, e hoje vivemos nesta situação (aliás, desde que o mundo é mundo, tudo isto sempre esteve presente), o amor se esfriou. O amor se esfria tanto do que pratica a iniquidade quanto daquele que sofre da iniquidade.
Por estarmos totalmente enfadados de ver violência, corrupção, mentira etc., somos levados a um estado de frieza aos que praticam tais atos. E é aí que reside o perigo, pois rotulamos de mau todo aquele que pratica algo que julgamos ser abominável. A grande verdade, porém, é que todos somos maus. Só que, para “ocultar” nossa maldade, rotulamos o outro (que julgamos ser pior que nós) como “monstro”, “asqueroso”, “desumano” etc. Essa objetificação do outro nos torna capazes de olhá-lo sem empatia, com desprezo. Objetos são descartáveis. Seres humanos não.
Toda vez que agimos sem amor para com o outro, seja quem for, não estamos amando. Logo, “o que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Marcus Menegatti é o autor do blog TEO E VIDA e bacharel em Teologia, formado na Faculdade Batista - Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.
Ontem, dia 21/08/19, no RJ, um ônibus foi sequestrado por um jovem de 20 anos. Após algumas horas e negociações por parte da polícia, um sniper foi autorizado a atirar nele. O jovem morreu.
É triste ver como um jovem de 20 anos se entrega ao crime, desperdiçando sua vida e talentos, e morre.
Mais triste ainda é o que aconteceu logo em seguida à morte deste jovem. Pessoas, vendo que o sniper conseguiu acertar o tiro, imediatamente comemoraram tal qual um gol. Para piorar, tempos depois, o governador da cidade desceu de helicóptero no lugar onde aconteceu tudo e comemorou o abatimento do jovem. Para piorar ainda mais, porém, e como cúmulo, cristãos comemoraram a morte do rapaz.
Tudo isto me leva a uma pergunta, principalmente para nós que nos dizemos cristãos: o amor se esfriou?
Estamos vivendo tempos extremistas. Extremos políticos, extremos religiosos, extremos sociais etc. A razão desses extremismos se encontra na própria palavra de Jesus: “por aumentar a iniquidade”.
Ora, o que é a iniquidade, senão a violência, corrupção, imoralidade, ira, ódio, abusos e dominações, mentiras, egoísmo, brigas, inveja, homicídios, adultério, desprezo, falta de controle próprio, falta de amor, falta de perdão etc.?
Por aumentar tudo isto, e hoje vivemos nesta situação (aliás, desde que o mundo é mundo, tudo isto sempre esteve presente), o amor se esfriou. O amor se esfria tanto do que pratica a iniquidade quanto daquele que sofre da iniquidade.
Por estarmos totalmente enfadados de ver violência, corrupção, mentira etc., somos levados a um estado de frieza aos que praticam tais atos. E é aí que reside o perigo, pois rotulamos de mau todo aquele que pratica algo que julgamos ser abominável. A grande verdade, porém, é que todos somos maus. Só que, para “ocultar” nossa maldade, rotulamos o outro (que julgamos ser pior que nós) como “monstro”, “asqueroso”, “desumano” etc. Essa objetificação do outro nos torna capazes de olhá-lo sem empatia, com desprezo. Objetos são descartáveis. Seres humanos não.
Toda vez que agimos sem amor para com o outro, seja quem for, não estamos amando. Logo, “o que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Marcus Menegatti é o autor do blog TEO E VIDA e bacharel em Teologia, formado na Faculdade Batista - Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.
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